Em busca de Intimidade

Se há algo que todo o cristão autêntico procura ter é intimidade com Deus. E para suprir esta demanda espiritual não é difícil de encontrar no mercado inúmeras fórmulas mágicas que procuram apresentar o indivíduo ao Todo-Poderoso. São várias as ofertas de “proximidade com o Altíssimo ou o seu dinheiro de volta” que vemos publicadas nas livrarias de todo o mundo.

Mais complicado ainda é quando alguém se oferece para ser íntimo de Deus em seu lugar, ou seja, quando para poupar “esforços” dos que não tiveram sucesso, algum pretensioso assume a posição de íntimo de Deus, achando que possui acesso privilegiado ao portão celestial. Estes buscam o lugar de defensores dos fracos e oprimidos espiritualmente. Verdadeiros heróis que procuram representar a plebe diante da corte do Rei.

Porém, ter intimidade com Deus não é como entregar o seu cartão de visitas para o presidente de alguma empresa. É criar laços de proximidade que façam você conhecê-lo dia após dia, ao invés de visitar a sua sala de trabalho com a maior freqüência possível, ou se mudar para a maior sala do último andar do prédio, para ficar ao lado do manda-chuva.

No mercado de trabalho tenho observado como a maioria das pessoas fica quando o patrão visita o andar onde eles trabalham. Um alvoroço se instala e todos procuram ser aquilo que no dia-a-dia não são. Eles olham para o magnata, com um sorriso nos lábios, e quando este lhes aperta a mão os mesmos ficam sem lavá-las por uma semana.

Isso diz muito a respeito do relacionamento de nós cristãos com o Criador. Quando, ao irmos à igreja tentamos demonstrar aos outros uma intimidade com Deus que não possuímos, recorrendo às disciplinas espirituais que na rotina diária ignoramos, pensando que o culto de domingo à noite nos manterá por toda a semana na presença do Senhor, e que por isso as pessoas nos acharão santos.

O dr. Russell Shedd um dia disse “Os santos são anônimos. Populares são os heróis”.

Talvez seja preciso encontrar Deus no nosso anonimato, fora da publicidade religiosa, no único lugar em que somos nós mesmos, e onde ninguém mais poderá entrar tão a fundo a não ser o próprio Deus.



“Mas tu, quando orares, entra no teu aposento e, fechando a tua porta, ora a teu Pai que está em secreto; e teu Pai, que vê em secreto, te recompensará publicamente.” Mateus 6:6