Nada irá faltar
“E tendo acabado o vinho, a mãe de Jesus lhe disse: Eles não tem vinho.”
João 2.3
Certa vez fui acampar com meu primo e um grupo de amigos. Éramos uns
trinta meninos e beirávamos a idade da adolescência. Aquele lugar era um
paraíso, aliás era este mesmo o nome do lugar, em Magé-RJ. Lembro-me que ao
chegar ao local chovia muito e tivemos que armar a barraca debaixo da chuva.
Mas para nós que ali estávamos até isso era motivo de diversão. Ficamos ali
durante quatro dias. A chuva forte que veio sobre nós assim que chegamos foi
substituída por um belo sol que nos proporcionou momentos de grande alegria e
brincadeiras. Mas nenhuma brincadeira foi tão desastrosa e ao mesmo tempo
prazerosa quanto esta que me ponho a contar: já era a manhã do último dia de
acampamento e no nosso estoque de comidas ainda havia mantimentos. Parece que
havíamos trazido mais do que de fato necessitávamos, ou quem sabe não tínhamos tempo
suficiente para longas refeições. Algumas caixas de biscoito estavam do lado de
fora da barraca e alguém teve a grande idéia de começar uma guerra com eles.
Bastou o primeiro vôo rasante sobre a cabeça de alguém para logo haver o revide
e daí em diante todos estavam em plena guerra. A brincadeira demorou por alguns
longos minutos até que notamos que não havia mais biscoitos nas caixas, nem
ainda comida no depósito. Exaustos, nos jogamos na relva e rimos durante algum
tempo, para enfim preparar nossa ultima refeição. Opa! Alguém aí falou em
refeição? Na verdade parte da nossa refeição estava boiando no rio que cruzava
o acampamento; outra parte estava enfeitando o estrume dos bois que pastavam em
volta das barracas. E era só. Não nos preocupamos nem um pouco porque além de
ter valido a pena toda aquela algazarra, havia ali perto uma pequena mercearia
onde poderíamos comprar alguns pães. Poderíamos, se ela abrisse naquele dia. E
é claro que não abriu. Como para nós tudo era festa pensamos em antecipar a
nossa viagem de volta e assim poderíamos tomar café em casa, juntos com os
nossos pais. O que não contávamos era com o problema no ônibus. Não poderia
haver outro dia para que o ônibus da manhã quebrasse? E o pior: o outro ônibus
só viria à tarde. Quanto à nós, voltamos desconsolados para o acampamento e
como bons acampantes, nos contentamos em comer algumas raízes durante todo
aquele dia.
JESUS VAI A UM CASAMENTO
Existe um ditado popular que diz: “Quem procura, acha”. No caso da
história anterior, aqueles meninos, e especialmente eu, achamos o que nossas
atitudes procuraram. Quem pode imaginar que algo nos vai faltar, principalmente
quando há recursos disponíveis?
No texto bíblico em João capítulo dois é assim. A história é a de um
casamento, provavelmente daqueles bem requintados e cheios de convidados. Jesus
estava ali presente se divertindo com seus familiares e amigos. A festa estava
indo muito bem até que a mãe de Jesus se aproximou dele. Ela disfarçou um pouco
para em seguida dizer entre os dentes: - O vinho acabou. Jesus continuou
conversando como se nada tivesse ouvido. Sua mãe chega mais perto e continua: -
Eles não tem mais vinho! Jesus olhou para a sua mãe tentando entender o que se
passava. Naquele instante, ele assumiu a postura de Messias, e trouxe para si a
tarefa de provedor. Imediatamente deu ordens para que se trouxesse o que era
necessário, e fez o que somente o Salvador poderia fazer: um milagre. Na
verdade o primeiro registrado após o início de seu ministério.
Aquela angústia registrada pelas palavras de Maria seria substituída
pela tranquilidade oriunda da ação do Cristo. Jesus produziu o melhor vinho que
alguém já bebeu. Ele sempre faz o melhor. Quem disse que algo falta quando Ele
está por perto? Jamais. Nada nos falta, pois Ele é o nosso Grande Pastor.
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